Nº 93 - Ano VIII - Setembro de 2003
Puglieses,
Piazzolas, Di Sarlis, etc, vão ao ar desde o início do baile, justamente
quando o pessoal ainda está frio, não imergiu totalmente no espírito da
milonga... Existem tantos
tangos que pela sua linha melódica e ritmo convidam qualquer um a sair de
seu assento, sem falar nas milongas e nos valses.
Introspecção, profundidade, largueza de movimentos, são mais
adequados do meio para o final da noitada, certo, queridos DJs?
O público agradece enchendo a pista numa onda irresistível,
deliciosa - dá gosto ver! Por outro lado, supõe-se que quem procura um baile ou prática de tango o faz para dançar tango e suas variantes – isto é mais que óbvio. Existem, no momento, no Rio de Janeiro, pouquíssimos locais para fazê-lo. É uma atividade pouco ou nada lucrativa e muito trabalhosa para os organizadores – e por isso mesmo louvável. Que existem miríades de bailes de outros ritmos, em academias e outros locais até bastante conhecidos, todos sabemos. Para atrair dançarinos de outros ritmos para um baile de tango é preciso criar uma ambientação, torná-lo característico. Que surjam mais e mais novas milongas, que perdurem as antigas. E que se continue cultivando o legítimo tango argentino em todas as suas formas. (RM)
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(Milonga - 1942)
Música: Enrique Mario Francini Letra: Homero Expósito
por las calles de San Telmo viene moviendo la
calle! (bis) Retumba con
sangre y tumba tarumba de tumba y sangre!...
Grito esclavo del recuerdo de la vieja Buenos
Aires... (bis) Oh...oh...oh!... Oh...oh...oh!...
Ay,
molenita, tus ojos son como luz de azabache!...
Tu cala palece un sueño, un sueño de
chocolate!... Ay, tus cadelas que tiemblan, que tiemblan como
los palches!... Ay, molenita, quisiela... quisiela podel
besalte!... Oh...oh...oh!... Oh...oh...oh!... Candombe!
Candombe negro! Nostalgia de gente pobre...
Por las calles de San Telmo ya se ha perdido el
candombe... (bis) Oh...oh...oh!... Oh...oh...oh!... |
Assim se tece a história |
Violinista,
maestro e compositor, nasceu em San Fernando, ao norte de Buenos Aires em 14
de janeiro de 1916.
Horacio Ferrer o descreveu como: "violino de destacada precisão,
vibrato médio, prodigiosa mão esquerda, caracterizou-se por seu modo pessoal
de dividir a frase musical.
Como
Pontier e seu amigo e pianista Héctor Stamponi, seu primeiro trabalho foi com
o grupo do maestro Juan Ehlert.
Depois da experiência na orquestra de Miguel Caló e sua consagração
definitiva junto a Armando Pontier, inicia, em 1955, um novo caminho com sua
própria orquestra.
Trajetória fugaz, de menos de um ano, mas que impôs sua qualidade.
Suas
duas primeiras gravações foram "La trilla", de Eduardo Arolas, e
"Petit salón", de V.Demarco e S. Marinucci, cantada por Alberto
Podestá, para o selo RCA-Victor.
Entre os sucessos de seu repertório, destacamos sua grande criação
"Tema otoñal", seus solos em "Inspiración" e
"Sensiblero".
Em pouco tempo, integra o "Octeto Buenos Aires", conjunto de
maestros e solistas formado por Astor Piazzolla (de retorno da França) e R.
Pansera nos bandoneones, H. Baralis no violino, J. Bragato no violoncelo, A.
Nicolini no baixo, H. Malvicino no violão e A. Stampone no piano.
Um verdadeiro luxo, em algumas ocasiões, com as colaborações de E.
Vardaro e L. Federico. Integrou também uma orquestra com Vardaro, "Los
Astros del Tango", com o objetivo de lançar uma série de long-plays
evocativos de grandes compositores.
Os arranjos ficaram a cargo de A. Galván.
Outro conjunto em que participou foi "Los Violines de Oro del
Tango", que como o anterior, caracterizava-se pelo predomínio das
cordas.
Foi
primeiro violino do Teatro Colón e colaborou durante anos em muitas
orquestras na década de 60.
Em 1963, integra "La Orquesta de las Estrellas", sob a direção
de Miguel Caló. Em 1970 forma um sexteto com músicos promissores como o
bandoneonista N. Marconi a cargo dos arranjos, debutando no palco do "Caño
14" com grande êxito, além de aparições na TV e gravações de LPs.
Em 1973 reconstitui a orquestra com Pontier para uma turnê pelo Japão.
Em 1977, volta ao Japão por três meses, montando um imponente espetáculo
com mais de 20 músicos e dançarinos.
De volta, organiza uma orquestra sinfônica com o show "Tango por
el mundo" no Teatro Alvear da Calle Corrientes.
Morre
em seu ofício, a 27 de agosto de 1978, no palco do Caño 14, enquanto
executava "Nostalgias" em seu querido violino.
Fonte: “Todo Tango” – R. García Blaya - trad. RM