Nº 70 - Ano VI - Outubro de 2001


Alejandra Hobert & Adrián Veredice

Você sabia que a gula e a luxúria – que tantas loucuras nos fazem cometer,  têm a mesma origem?  É o instinto de sobrevivência.  

O vínculo entre comida e prazer sexual é a primeira coisa que aprendemos ao nascer.  Esta afirmativa é de Isabel Allende, autora do delicioso “Afrodite”, contos e receitas.  Ela também observa que, entre as poucas coisas que homens e mulheres têm em comum estão o sexo e a comida.  Que o digam as “Nove e meia semanas de amor”, em que Mickey Rourke e Kim Basinger se deleitam com morangos, mel e seus corpos com gostos, perfumes e altas temperaturas.  

Por outro lado, Helio de Almeida, autor de "Tango, uma possibilidade infinita", vibra com a  capacidade telúrica de fazer das feridas e opressões a fonte do auto-conhecimento, da coragem e do prazer indescritível que traz dançar um Tango.

                                                       (A.D.R.)  

                

Cantemos...

 

(milonga)

Letra:  Dante Gilardoni                                                                     Música:  Florindo Sassone

Yo llevo el baile en la sangre y cumplo con mi destino,

mi vida está en la milonga y he de seguir por ese camino.

No soy constante en amores por eso tan solo estoy,

mi carta me la he jugado y si he perdido…pago y me voy.

Rebelde soy para el lazo ni sus cadenas me echó el amor,

yo soy gorrión viajero y el mundo entero fue mi ambición.

Igual que baldosa floja salpico si alguien me pone el pie,

no se querer, mi amor se fue, yo iré, bailando mientras las tabas me den con que.

Si a veces alguna pena me llega a mojar los ojos

y encuentro que del olvido se me aparecen sus labio rojos,

me afirmo el chambergo claro y agarro p'al cabarét,

mi vida es una milonga y sé que bailándola…moriré.

Assim se tece a história

Violinista, compositor e maestro, nasceu em Buenos Aires em 12 de janeiro de 1912 e morreu em 1982. Sua carreira começou em 1930, com o músico Antonio Polito.  Nesse ano, formou parte do conjunto de Roberto Firpo e do de Osvaldo Fresedo em 1933. Organizou sua primeira orquestra em 1936 e com ela apresentou-se pela primeira vez na Rádio Belgrano e no Café Nacional com Francisco Amor.  Manteve essa orquestra até 1940, ano em que fez uma pausa, afastando-se da música até 1947.  Reapareceu com uma nova orquestra acompanhada pelos cantores Jorge Casal, Ángel Díaz, Roberto Chanel e Mario Bustos.   Gravou  discos  para  as  companhias  Victor  e Odéon.  Viajou ao Japão com uma delegação de tango nos anos 60, e mais tarde dirigiu o Sexteto Don Florindo. 

 

Em 1972, apresentou-se com sua orquestra no Teatro Colón de Buenos Aires, na primeira atuação de músicos de tango, da qual participaram Astor Piazzola, Anibal Troilo e Roberto Goyeneche.  É autor de "Siempre te nombra", "El relámpago", “Baldosa Floja” e outros.  Gravou também "La payana" de Augusto P. Berto, "El incendio" de Arturo Bassi e "Papas calientes" de Eduardo Arolas.

(trad. RM)

VOLTAR