No 142 - Ano X - Novembro de 2007


O processo de transmissão dos conhecimentos necessários para fazer Tango, em forma musical ou dançada, vai desde aquele que tem maior experiência acumulada, os que se dedicaram mais, os que fizeram carreira ou culminaram uma atuação meritória na sua especialidade.  São os músicos e bailarinos da velha guarda que devem ser ouvidos e atendidos porque constituem a reserva de saber.

Significa, então, que não há professores jovens?  Não devemos ser radicais - existem pessoas que assimilam rapidamente estes conhecimentos, somados durante várias gerações, aprenderam com os que têm nome e têm a capacidade didática para explicar com clareza e de forma singela aos seus alunos.

Além da habilidade na execução da sua arte - para facilitar a compreensão aos que chegam para aprender - deve-se ter a capacidade de transmissão.

 

Tito Palumbo, editor B.A.Tango (trad. RM)

 

 

Cantemos

 

(Tango – 1930)

Letra: Iván Diez                                                                     Música: Vicente San Lorenzo

Cómo recuerdo, barrio querido, aquellos tiempos de mi niñez...

Eres el sitio donde he nacido y eres la cuna de mi honradez.

Barrio del alma, fue por tus calles donde he gozado mi juventud.

Noches de amor viví, con tierno afán soñé y entre tus flores también lloré...

¡Qué triste es recordar! Me duele el corazón...

Almagro mío, ¡qué enfermo estoy!

 

Almagro, Almagro de mi vida, tú fuiste el alma de mis sueños...

Cuántas noches de luna y de fe, a tu amparo yo supe querer...

Almagro, gloria de los guapos, lugar de idilios y poesía,

mi cabeza la nieve cubrió; ya se fue mi alegría como un rayo de sol.

 

El tiempo ingrato dobló mi espalda y a mi sonrisa le dio frialdad...

Ya soy un viejo, soy una carga, con muchas dudas y soledad.

Almagro mío, todo ha pasado; quedan cenizas de lo que fue...

Amante espiritual de tu querer sin fin, donde he nacido he de morir.

Almagro, dulce hogar, te dejo el corazón

como un recuerdo de mi pasión.

Fachada do antigo e histórico café O'Rondeman, esquina de Agüero e Humahuaca

(Orquesta Antonio Bonavena, canta Antonio Lesende)

 

 

Assim se tece a história

 

 

Seu nome completo era Augusto Arturo Martini, foi jornalista, autor e poeta.  Colaborou em vários jornais e revistas e ficou popular como comentarista de box: "Fray Mocho", "Sintonía", "El Hogar", "Ultima Hora", "Democracia", "La Cancha", "Crítica". Também foi cronista de rádio.

No teatro, debutou com as peças "Aquí no hay Cianuro" e "¡Oiga¡ ¡Diga! ¡Vea!" escritas com Enrique F. Rando e Manuel Sofovich e levadas pela companhia de Azucena Maizani em outubro de 1926 no teatro "Comedia". Com os mesmos colaboradores escreveu também "Un Pesito es Poca Plata", "Buen Humor a Toda Hora", "Pasarela, Alegre

Pasarela", "Piernas, Piernas, Piernas", "La Fenomenal Revista", "En la Pista se Vén las Chicas", "Hippódrome Revista", "Los Muchachos de Antes Llenaban el Circo" e outros teatros de revista. 

Poeta, descreveu em seu livro de poesia, "Sangre de Suburbio", as épocas de ouro de sua amada Buenos Aires, e na rádio fez-se de cantor, escreveu esquetes, monólogos e novelas.  Publicou suas primeiras canções com o apelido de Antonio Timarani ("Te Armarás", tango de 1923, o primeiro) apelido que logo adotou o compositor Antonio Polito ao criar o de Iván Diez. Com Polito fez a maioria, além de ter colaborado com Héctor Palacios, Vicente San Lorenzo, Edgardo Donato, F. Brunelli, e A. Rodio.

Sua amizade com Carlos Gardel começou pelo ano de 1926 ao levar, junto com o compositor o tango Sueño Marchito; e depois desse, o cantor lhe gravou Noviecita Mía, Knock-out de Amor e Almagro.  Os dois últimos com músicas de San Lorenzo.

Iván Diez nasceu em Mar del Plata a 16 de agosto de 1897 e faleceu em Villa Ballester em 8 de novembro de 1960.

  Fonte:  José Gobello para Todo Tango – (Trad. RM)

VOLTAR - VOLVER