No 158 - Ano XIII - Março de 2009


 

Elizabeth Guerrero e Ricardo Maceiras "El Pibe Sarandí" (ARG)

“O tango é luz” não é título de tango, mas uma opi-nião do argentino diretor da revista Diostango, muito popular no ambiente tangueiro de Buenos Aires. 

...“Entendo que dançar o tango implica no prazer do abraço dos parceiros, imersos no sentimento de um 2x4 bem dançado, dentro de seus gostos e possibilidades.  Mas é difícil aceitar que a pista fique a media luz ou na penumbra, descartando desse modo o bom uso dos códigos, entre eles convidar por meio do conhecido cabeceo, porque a visibilidade fica inevitavelmente prejudicada.

O tango é brilho, primeiro interior... porque dan-çamos para curtir, porém não se pode negar que queremos nos mostrar também para o exterior, é uma forma do desafio implícito de bailar tango.  De maneira que pouco ou nada disso acontece na obscuridade.

Tango é luz, é sentimento que não podemos esconder na penumbra, mesmo com a crise energética.”...

(Guillermo Thorp - diretor revista Diostango – trad. R.M.)

 

Cantemos

 

(Tango - 1968)

Música:  Armando Baliotti                                     Letra:  Carlos Giampetruzzi (Giampé)

Te perdiste del rincón natal

tras un sueño de distancia,

sin pensar que allá quedaban

los seres que te amaban

y yo con mi inconstancia.

Agonía de vivir sin vos

o morir en un camino.

Y me marché dejando atrás

la maldición sobre los dos

y este es el pago que me das.

 

Ahora no me conocés,

me borró tu ingratitud.

Aunque dejes mi alma trunca

no podrás olvidar nunca

lo de nuestra juventud.

Algún día llorarás,

todo el daño que me hacés.

Te busqué sin darme paz,

por cariño, nada más

y ahora, no me conocés.

(canta Jorge Ortiz com Orquestra de Rodolfo Biagi)

 

Assim se tece a história

 

 

Pianista, maestro e compositor.  Nasceu na calle Salcedo com Boedo em 5 de outubro de 1905.  Sua carreira artística começou em 1920, tocando piano em cinemas de bairro, até apresentar-se no cabaré Chantecler com a orquestra de Francisco Pracánico.  Mais tarde, passou a tocar na orquestra de Miguel Caló e formou seu primeiro conjunto, com o qual estreou em 1927 no cine Los Andes.  Nesse mesmo ano, dissolvido o conjunto, formou novo grupo com o qual apresentou-se no Salón Imperial da Calle Lavalle.  Junto a Anselmo Aieta formou um quarteto de grande sucesso, com repercussão internacional.  Também trabalhou com os Cinco do Tango:  Mario Maffia, José L. Padula, Salvador Greco e Roberto Dumas, que atuaram na Rádio Belgrano.

Como compositor, seu primeiro tema, "Bacán", data de 1926.  Outros títulos de sua autoria são: “Noctámbulo”, “Soñador”, “Orgullosa”, “Señores yo soy del centro”, “Desaliento”, Óyeme mamá”, “A las siete en el café”, “No son siete, con catorce”, “Toda una vida”, “Ahora no me conocés”, “Trasnochando” e outros, até completar os 158 títulos gravados.

Além de seu fértil trabalho artístico, foi membro fundador do SADAIC (Sociedade Argentina de Autores e Compositores), sendo um apaixonado defensor dos direitos intelectuais dos músicos. Foi um sonhador, uma boa alma, grande amigo de seus amigos, que ao longo de sua vida foram tão numerosos e muito lamentaram sua partida definitiva em 1º de novembro de 1982.

Fonte:  Delia N. Baliotti, para Todo Tango (trad. RM)

voltar ao início