No 184 - Ano XV - Maio de 2011


 

Cantemos

 

(Tango - 1932)
 Música e Letra: Daniel Álvarez 

Fugaz viajera que pasas de largo dejando una estela de amor y placer.

Fugaz viajera que pasas altiva, con ojos que ignoran la forma del pie.

¡Oh! Tú, dama noble que no te humanizas y que de tristezas no quieres saber,

que pasas de largo al ver un mendigo y que jamás piensas quién pudiera ser.

 

No te asustes del pobre pordiosero,

reanima ese gesto de tu faz.

Que me escuches un momento sólo quiero.

Ven dedícame un instante, nada más.

 

¡No recuerdas!... Una alcoba perfumada, una dama, un caballero y un violín.

Y mientras tanto la tarde agonizaba, entre pétalos de rosa en el jardín,

con los ojos me pedías que tocara aquel nocturno que empezaba así…

 

Obs.:  A seguir, ouve-se o Noturno em Mi Bemol de Chopin e ao final se canta:

“... y entonces te besé”.

 

Orquesta  Francisco Lomuto- canta Fernando Díaz

 

Assim se tece a história

 

Bandoneonista, maestro, arranjador, autor e compositor.  Começou estudando violino, iniciando-se profissionalmente aos 14 anos no Café Germinal.  Posteriormente, estudou bandoneón e integrou o quinteto de Antonio Scatasso.  Em 1926 substituiu Ricardo Brignolo na orquestra de Francisco Lomuto, iniciando nessa época uma série de gravações no selo Odeon.  Em 1931, junto a Lomuto, começou a gravar no selo Victor.  Começa então a ocupar-se com alguns arranjos.  Foi uma época de muito trabalho, com a orquestra apresentando-se no Teatro Coliseo, no Hotel Paris, no Teatro Variedades, no Club Nautico, no Teatro Boedo, além dos bailes e outros tipos de apresentações.  Em 1932, já como primeiro bandonenonista na orquestra de Lomuto, participa da festa "La evolución del tango", em Mar del Plata.  Em Buenos Aires, o conjunto participa de distintos espetáculos teatrais até no Teatro Colón. 

Em 1934, resolveu tentar a sorte e desligou-se para formar seu próprio conjunto.  Destacam-se suas atuações nas rádios Stentor, Ultra e Splendid.  No ano seguinte, sua orquestra acompanhou apresentações do trio Irusta-Fugazot-Demare e, em 1936, dissolvido o conjunto, integra um trio com Antonio Rodio e Alfredo Malerba, acompanhando Libertad Lamarque.  Passando um tempo, tentou novamente montar orquestra própria, com o vocalista Francisco Florentino, atuando na Radio Ultra e saindo em longa turnê por Tucumán e outras províncias. 

Sucederam-se várias alternativas, o tempo passou e cada vez era mais difícil manter-se com o tango.  Já vivia em Castelar (região metropolitana de Buenos Aires) quando decidiu abandonar seu trabalho musical.  Incorporou-se a SADAIC – Sociedade Argentina de Autores y Compositores de Música - como inspetor geral arrecadador, atividade na qual aposentou-se em 1968.

Se sua trajetória como instrumentista e maestro foi extensa, sua produção autoral não foi menor.  Segue uma síntese de seus títulos mais conhecidos:  "Solo a una madre", "Mar de fondo", "Aquel nocturno", "Como se muere de amor", "Noches de luna", Alma de maleva”, “Divagando” e "Volvamos a empezar".  Também são seus "Júralo que no", "Misa de arrabal", "Novia de cristal", "Alma de nieve" e o vals "Esperemos que cambie la luna".

Fonte:  Todo Tango – trad. RM