No 172 - Ano XIV - Maio de 2010


Fernando Galera y Vilma Vega (ARG)

 

Frequentemente, nos bailes, me perguntam sobre as caracte-rísticas do tango e da milonga e faço assim um paralelismo tentador em comparar a força elétrica com a força magnética.

A significativa semelhança entre as atrações e repulsões, cortes e quebradas, leva-nos à busca de comparações.

Vamos buscar então um possível efeito que a eletricidade possa ter sobre o magneto ou então no 2x4, do tango sobre a milonga.

Será que a natureza pode ser assimétrica? O tango gera a milonga ou o inverso? Força magnética pode gerar força elétrica? A intuição do milongueiro talvez possa visualizar a ação de uma carga sobre outra através do espaço, as repetições dos compassos, as linhas de força emanando de um corpo a outro e a sensualidade chamando isso de unificação: um autêntico eletromagnetismo febril de radiações sublimes, cargas exacerbadas que convidam a dançar um tango milongueiro.

É como as obras de Villoldo, Polito e Pesce na voz de Vargas, com a orquestra de D’Agostino.  Vamos?

(ADR)

 

 

Cantemos

(Vals)

Música: Juan Larenza                                                                                      Letra: Alfredo L. Palacios / LitoBayardo 

Recuerdos de una noche venturosa que vuelven en mi alma a florecer.

Recuerdos que se fueron con el tiempo, presiento que reviven otra vez.

Igual que aquella noche tan lejana, es esta de mi amarga soledad.

La luna sobre el cielo azul te alumbra,

como otra blanca luna que yo nunca veré más.

 

Si quieres olvidarme, dejame... dijiste la mañana que partí.

Tú sabes que te quiero y te querré y tuyo es el cariño que te di.

A nadie quise tanto como a ti y amante te ofrecí mi corazón.

Yo sé que para siempre te ha perdido, mi alma,

ya que todo ha sido sólo una ilusión.

Orquestra de Pedro Laurenz, canta Martín Podestá.

 

Assim se tece a história

 

Inspirado e prolífico pianista e compositor, nascido em 8 de julho de 1911 na cidade de Buenos Aires, próximo às ruas San Juan e Boedo e foi o mais novo dos irmãos de uma família italiana.  Seu irmão Marcelo tocava bandoneón, instrumento que Juan teclava às escondidas.  Aos catorze anos, seus familiares o presentearam com  um piano.  Apesar de sua prima ter se oferecido para ensinar-lhe os primeiros exercícios, ele tinha dentro de si um músico intuitivo e não precisou que lhe ensinassem.  Aprendeu sozinho, tanto tocar como compor, a tal ponto que dois anos mais tarde surgiu seu tango "Risa de mujer", gravado por Roberto Firpo em 1928.

Como tantos outros músicos, ainda rapaz trabalhou nos cinemas animando os filmes mudos.  Então integrou alguns conjuntos, começando com o do bandoneonista José Rebollini, autor do vals "Una lágrima".  Em 1932, integrou a orquestra de Alberto Gambino, apresentando-se na Radio Belgrano, até começar a percorrer a América Latina, desde o Chile até o México, passando pela Colômbia.  Achava-se na Colômbia em 1935 quando chegou Carlos Gardel com seus guitarristas.  Como este devia apresentar-se em lugares amplos, como a Gran Plaza de Toros, contratou-o para acompanhá-lo ao piano junto a Barbieri, Riverol e Aguilar.  Larenza acompanhou Gardel até a função da noite de 23 de junho, na rádio de Bogotá, e no dia seguinte partiu para Cali, continuando a turnê.  Era véspera do acontecimento que marcou sua vida e que o levou a renunciar a alguns contratos e retornar a Buenos Aires - o desastre aéreo que matou Gardel.

Voltou a fazer parte da orquestra de Gambino, na Radio El Mundo.  Durante alguns anos acompanhou o dueto Bayardo-Palacios.  Mais tarde, tornou-se membro da diretoria da SADAIC. De suas numerosas composições citamos algumas nas quais Lito Bayardo colaborou:  os tangos Noche de fiesta, Nuestras vidas, Adiós vidalita e El paseandero, gravados por Alberto Castillo.  O vals Flores del alma e as milongas Milonga querida, Aquí estoy e Cartas de amor.  Com Marsilio Robles compôs o tango Así es Ninón e a milonga Cimarrón de ausencia.  Com Cátulo Castillo:  Para qué la quiero tanto e Están sonando las ocho.  Outros títulos:  El cordobés, Mi locura, Capicúa, Cerrazón, Decile que le perdono, De ayer e Guapeando Faleceu em 17 de fevereiro de 1980.

Fonte:  "50 años con la canción argentina”, de Lito Bayardo (trad. RM)