Nº 65 - Ano VI - Maio de 2001


Maria Antonietta Guaycurus e Américo Del Rio

Maria Antonietta Guaycurus e Américo Del Rio

     

            “... que brujo es el amor, a media luz los besos, a media luz los dos...”.

A incerteza que tomou conta do País é desfeita na medida em que são revelados os erros.  Entretanto, a responsabilidade não aparecia, a opinião pública ficou insegura e atônita, sem conhecer a dimensão do problema. 

À maior autoridade coube o ato de contrição: “fui pego de surpresa”.  Logo admitiu o erro de coordenação e comunicação do setor energético.  Então, fez-se luz!  O País não gera a energia da qual necessita.  Os burocratas que deveriam garantir o suprimento sonegaram informações vitais.  O Governo adiou investimentos na geração e em linhas de transmissão.  O setor privado, com a questão cambial, perdeu o interesse por novas usinas termelétricas. 

E nós teremos que economizar, acender uma vela e dançar um tango a media luz... 

Errare humanum est, mas perseverar no erro é diabólico!

(A.D.R.)

 

 

 

Cantemos...

Letra:  Alfredo Le Pera                                                                                          Música:  Carlos Gardel

Por una cabeza de un noble potrillo que justo en la raya afloja al llegar

y que al regresar parece decir:  No olvides, hermano, vos sabes que no hay que jugar...

Por una cabeza, metejon de un día, de aquella coqueta y risueña mujer

que al jurar sonriendo, el amor que esta mintiendo, quema en una hoguera todo mi querer.

  

Por una cabeza, todas las locuras

  su boca que besa borra la tristeza, calma la amargura.

  Por una cabeza si ella me olvida

  que importa perderme mil veces la vida, para que vivir...

 

Cuantos desengaños, por una cabeza, yo jure mil veces no vuelvo a insistir

pero si un mirar me hiere al pasar, su boca de fuego, otra vez quiero besar.

Basta de carreras, se acabó la timba, un final reñido yo no vuelvo a ver,

pero si algun pingo llega a ser fija el domingo, yo me juego entero, que le voy a hacer.

 

Assim se tece a história

 

Nasceu em São Paulo no dia 7 de junho de 1900 e morreu junto a Gardel no acidente aéreo de Medellín (Colômbia), em 4 de junho de 1935.  Seus pais, Alfonso Le Pera e María Sorrentino, eram imigrantes italianos que chegaram a Buenos Aires por volta de 1902.  Nessa cidade, Alfredo cursou o Colegio Nacional Mariano Moreno.  Chegou a iniciar carreira em Medicina, porém logo a abandonou para dedicar-se exclusivamente ao jornalismo.

                Passou por diferentes meios gráficos enquanto escrevia e estreava sainetes e peças de revista que, segundo os entendidos, deixava muito a desejar.  Em 1928, depois de uma missão jornalística nos Estados Unidos e na Europa, vinculou-se à empresa Artistas Unidos, para cujos filmes escrevia  legendas.  Desta época é sua viagem ao Chile, como autor da companhia de revistas encabeçada por  Enrique Santos Discépolo e Tania.  Nessa época, assinou junto com Discépolo o tango “Carrillón de la Merced” que, interpretado triunfalmente por Tania, salvou uma temporada que ameaçava desmoronar.

                É provável que Gardel e Le Pera tenham se conhecido em Buenos Aires, mas sem dúvida, sua amizade nasceu em Paris, em 1932, durante a terceira estada do zorzal naquela metrópole, num encontro promovido pela Paramount.  Le Pera, freqüentador de sets, converteu-se em libretista do astro, revelando um formidável talento.

 

                Le Pera converteu o Morocho del Abasto em uma mescla rara de malandro, playboy e cavaleiro andante de nobilíssimos sentimentos.  Nos filmes de Le Pera, Gardel representa a si mesmo tal qual era na vida cotidiana, “esperto e meigo ao mesmo tempo, malandro e cavalheiro, arrebatado e honesto”, conforme descrição de José Gobello.  As letras das canções que Le Pera compôs para Gardel parecem feitas sob medida para o personagem.  Gobello explica que mesmo sem os altos vôos de Manzi, nem a profundidade de Discépolo, nem a portenhidade de Romero, nem a vivência de Celedonio, é indiscutivel seu acerto com algumas frases proverbiais:  “veinte años no es nada”, “siempre se vuelve al primer amor”, “la verguenza de haber sido y el dolor de ya no ser”.

(trad. RM)