No 149 - Ano XI - Junho de 2008


Cecilia Zalazar e "Don" Jorge Paulo

 

Jorge Paulo, hombre de Tango...

...que, durante os anos da adolescência e os primórdios da juventude brincava indeciso pela vocação, não acertava com sentido absoluto os impulsos que lhe dominavam o espírito - o salão de dança e o teatro de tablado.

Para a primeira das paixões, tinha a veia que, vinda de seu pai, pulsava fiel à boemia carioca, aos tangos de Carlos Gardel e aos boleros de Nelson Gonçalves.

Para depois - e sempre - assumir a atitude da introspecção longe da paisagem circundante, visando a realidade de outrora na peça que envolve a todos, e a cada um, numa “Lição de Tango” inesquecível.

 A Don Jorge Paulo, nosso abraço.

ADR & RM

 

Cantemos

(Tango - 1944)

Música:   Antonio Bonavena                                                                                                           Letra:  Horacio Sanguinetti

Canta: Alberto Amor, com a orquestra de Rodolfo Biagi

 

Ni los Campos Elíseos, ni el alegre boulevard,

no verán ya los luceros de tus ojos verdemar.

Hoy el viejo organillero con dolor calla frente a tu ventana su canción

Ya la Parca te dio cita... y sé que no faltarás, linda y buena francesita,

Vos igual que Margarita, llevabas en tu vida, signo fatal.

 

Arlette, no sé por qué tu nombre tiene para mí

Arlette, la misteriosa poesía del sufrir.

Yo te he visto pensativa muchas noches en la mesa del bar,

y tus ojos se perdían en distancias, que cruzaban el mar.

 

Arlette, yo nunca quise que supieras mi pasión.

Arlette, no sé por qué calló mi pobre corazón.

Arlette, mas hoy que sé tu triste fin a tu recuerdo confiaré mi gran amor.

 

 

Assim se tece a história

 

Foi um compositor fértil e abarcou diferentes gêneros e ritmos musicais.  Seu conjunto não tinha um estilo muito definido que pudesse se destacar das formações de sua época, mas podemos incluí-lo no tango tradicional.  Soube cercar-se de excelentes músicos e sua orquestra soava harmoniosa, com a cadência de um tango rítmico e dançante.  Foi um excelente bandoneonista, que amava seu instrumento, dedicando-se também ao seu ensino.

Nasceu em 14 de março de 1896 na região da Calábria, na Itália.  Com 11 anos hegou à Argentina com sua família e logo começou a estudar bandoneón.  Tornou-se profissional em 1925, na nova Radio Prieto, acompanhando cantores e o elenco da emissora.  Ao mesmo tempo participou de diversos conjuntos até que formou sua orquestra em 1926, com a qual atuava na Radio Argentina e na La Voz del Aire. 

Entre 1930 e 1932, já no selo Columbia, gravou com sua orquestra 72 temas.  Entre 1932 e 1934, foi contratado para atuar nas noitadas do Cassino da cidade de Mar del Plata.  De volta a Buenos Aires, continuou seu trabalho nos tradicionais cafés da Av. Corrientes, nos bares noturnos e cabarés, como o "Chantecler" ou o "Casanova". 

Como compositor, produziu Pájaro ciego, junto a Lito Bayardo, os tangos Arlette (letra de Horacio Sanguinetti), Color de cielo, Organito del suburbio e Tus cartas (todos con letra própria), El gavilán, Mala racha, Pordiosera, Seguí nomás hermano, Sigan tomando muchachos (con Rodolfo Scafidi) e Virgencita de Luján; os valses Cariño que mata, Lirio blanco, Llanto de madre, Martirios del alma e Una esperanza; e as milongas El barrio del tambor e Pueblera.

Faleceu em 22 de julho de 1960.

Fonte:  Ricardo G. Blaya para Todo Tango – trad. RM

voltar ao início