No 126 - Ano X - Junho de 2006
|
Numa Milonga, o que sente um coração quando um tango passa por dentro? Em qualquer lugar onde se ouve um tango, o coração percebe de imediato que um ritmo único, simples, vibrante e cadenciado o está motivando, com letras que apenas pela entonação do canto transmitem romantismo e melancolia. O tango leva ao abraço; o abraço implica sentir a dois e com o ritmo, sentir a três, com a conseqüente potencialização dos sentidos. Se escuta uma milonga ou um vals, palpita e abre as comportas para a alegria transbordar... Resistir, quem há de? E repentinamente, após uma belíssima seqüência de Pugliese, explode um samba de raiz... Toca outro, e mais outro, e ainda outro. Lindos, mas - espera aí, não estamos num Baile de Tango? Não acredito - acabou ou estávamos sonhando? (RM) |
Cantemos |
(Tango) Música: Arturo De Bassi Letra: Roberto Lino Cayol |
|
A mi me llaman El Caburé porque soy un tipo que me hago temer donde voy y a más yo tengo la virtud de poder amar la palomita más gentil que quiera amar.
Por eso me han de ver salir con afán en cuanto empieza a anochecer sin temor y al extender mis anchas alas hago galas de un sentido amor.
Es en vano que me impidan dragonear a la que ha de pagar el fuego de la gran pasión de mi canción.
Y si algún malo se ha de dar el dique de afrontar la fuerza mi invencible fe, toda la vida, yo, le juro, ha de acordarse de quien es El Caburé. |
|
Assim se tece a história |
Pianista, clarinetista, compositor e maestro, Arturo Vicente de Bassi nasceu no bairro La Recoleta, Buenos Aires, em 1890. Desde muito jovem estudou teoria, harmonia e piano, instrumento com o qual debutou em 1905 no Teatro Apolo. Muitas de suas composições marcaram lugar na história da música portenha, como Mano blanca, com Homero Manzi, Canchero, com Celedonio Flores, El incendio e La Catrera. Em 1911, com apenas 21 anos, compôs El cabure, seu tango mais famoso. Também se dedicou a reger orquestras, como as dos Teatros Maipo, San Martín e Buenos Aires, a partir de 1925. Além disso, compôs: El dormilón, El chajá, Barro blanco, Don Pacífico, Resaca, Manón, Maruca, Qué rana para un charco, El querendón, El neurasténico, La pebeta, etc. Dedicou-se, também, a dirigir orquestras como as do Teatro Maipo, Teatro San Martín e Teatro Buenos Aires a partir de 1925. Faleceu em sua residência da Calle Ayacucho 232, na cidade de Buenos Aires, em junho de 1950. O significado da palavra caburé, em lunfardo é: indivíduo cortejador, galan teador, sedutor, conquistador, irresistível. Valente. Pequeno pássaro de rapina, a cujas plumas se atribui boa sorte, sendo usadas como amuleto. Fonte: Todo Tango e Portal del Tango – trad. RM |