No 54 - Ano V - Junho de 2000


Antigamente era assim...

Vontade...  Procurei sua tradução e caí inevitavelmente em "unas ganas de...".

"Si vieras que ternura que tengo para darte, capaz de hacer un mundo y dartelo despues..." - tratei de ir além do desejo e da ação, porém entrei na conceituação do que o primeiro não se traduz no segundo.  Na diferenciação observamos ser igual a distinguir entre as frases "gostaria de dançar tango hoje"e "vou dançar tango hoje".

Quem é que não deseja estar amando?  No entanto, muitos não estão amando, nem dançando.  Sendo assim, o desejo de amar não é amor, assim como o desejo de vals não é o de milonga.  O amor é expresso amando.  Amar é um ato de vontade, tanto intenção como ação.  O Tango, como a vontade, implica escolha. Não precisamos amar, escolhemos amar.  Simpatizantes da dança procuram um(a) parceiro(a) e escolhem bailar o tango.  Ah, que vontade...

Música, maestro!

                                                                           (A.D.R.)

 

 

Cantemos...

(Tango - 1929)

Letra e Música:  Carlos Viván

Cómo se pianta la vida!!!

 

Berretines locos de muchacho rana me arrastraron ciego en mi juventud,

en milongas, timbas y en otras macanas onde fui palmando toda mi salud.

Tu copa bohemia de rubia champaña brindando amorios borracho la alcé.

Mi vida fue un barco cargado de hazañas que junto a las playas del mal lo encallé. 

¡Cómo se pianta la vida! ¡Cómo rezongan los años

cuando fieros desengaños nos van abriendo una herida!

Es triste la primavera si se vive desteñida

¡Cómo se pianta la vida del muchacho calavera!

 

Hoy estoy pagando aquellas ranadas, final de los vivos que siempre se da.

Me encuentro sin chance en esta jugada...  la muerte sin grupo ha entrado a tallar...

 

Assim se tece a história

Carlos Viván

Nasceu em Buenos Aires em 15 de abril de 1908 e faleceu na mesma cidade em 16 de julho de 1971. Seu verdadeiro nome era Miguel Rice Treacy.

Foi ator, cantor, libretista, músico, autor e compositor.

Em 1925, foi cantor da orquestra de Juan Maglio (Pacho), cantou com Osvaldo Fresedo, Pedro Maffia, Julio de Caro, Edgardo Donato e Roberto Firpo.

Seu nome artístico se origina da expressão "Maniquí vivant", que era utilizado por uma alfaiataria portenha. Sua boa aparência e porte másculo o levou a desenvolver sua atividade como galã cinematográfico. Em 1932 interpretou a película "Consejo de tango" e, no ano seguinte, tomou parte como protagonista do filme dirigido por Enrique Cadícamo, "Noches cariocas".

Em sua obra se destacam "Moneda de cobre", "El barco María", "Domani", "Hacelo por la vieja", "Amiga", "La vida es corta" e "Como se pianta la vida".

(Trad. RM)

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