Nº 73 - Ano VI - Janeiro de 2002
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Mensagem
para dois cavalheiros Ei,
vocês aí, encostados no bar, conversando.
Um minutinho da sua atenção, por favor.
Já passou da metade do baile.
Com quem vocês dançaram? Com
aquela gatinha linda, com a bonitona
que acabou de chegar, ou talvez, com quem estava na mesa onde vocês
deixaram o celular. Mais
ninguém. Agora que o papo está bom, a noite vai ficar por isso mesmo,
não é? Eu
sei que todo mundo vai à Milonga porque quer e é assim que tem
que ser. Mas, algum de vocês
já parou p’ra pensar que, se cada cavalheiro dançar apenas uma tanda
com damas com quem ele não costuma dançar, provavelmente, todas as damas
terão oportunidade de dançar? E
que, em conseqüência, as milongas vão permanecer cheias e, portanto,
funcionando? Acho
que nós estamos esquecendo o privilégio,
quase extinto, de que no Tango ainda não é corriqueira a presença dos
"alugados". Quando
acabar a bebida que está no copo, olhem à sua volta. Tirem duas damas
que estão fora do "estereótipo".
Com este gesto simples vocês vão deixar felizes: duas damas, um
organizador de baile, um dono de estabelecimento e até um garçom, que
receberá mais gorjeta. E,
quem, sabe, poderão ter a grata surpresa de descobrir duas grandes dançarinas
que, de outra forma, estariam fadadas à frustração e até
à
ausência na Milonga de amanhã? Por favor, pensem nisso, cavalheiros, e experimentem. Enquanto é tempo.
(FM) |
Cantemos... |
(Tango)
Música:
Juan D'Arienzo
Letra: Francisco
Gorrindo
Anoche de nuevo te vieron mis ojos, anoche de nuevo te tuve a
mi lao, ¿pa’qué te habré
visto, si después de todo fuimos dos extraños
mirando el pasao? Ni vos sos la misma ni yo
soy el mismo; los años, la vida,
quién sabe lo qué... De una vez por todas,
mejor la franqueza: ¡yo y vos no podemos volver al ayer! Paciencia, la vida es así, quisimos juntarnos por
puro egoísmo y el mismo egoísmo nos
muestra distintos, ¿para qué fingir? Paciencia, la vida es
así, ninguno es culpable, si
es que hay una culpa, por eso la mano que te di
en silencio no tembló al partir. Haremos de cuenta que todo fue un sueño, que fue una mentira
habernos buscao, así buenamente nos queda
el consuelo de seguir creyendo que no
hemos cambiao. Aún tengo un retrato de
aquellos veinte años, cuando eras del barrio el
sol familiar, quiero verte siempre
linda como entonces; lo que pasó anoche fue un sueño, no más. |
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Assim se tece a história |
O início do ressurgimento do Tango, conhecido como da "década de 40" deveu-se,
exclusivamente, ao esforço de Juan D'Arienzo, quando as pistas dos cabarés e
clubes voltaram a abarrotar-se de dançarinos.
A rígida marcação compassada e marcial de sua orquestra - não foi à
toa que o chamaram de El Rey del Compás - possibilitou o glorioso
retorno da dança, mas não podemos esquecer que tudo isso ocorreu num preciso
momento: os Estados Unidos descuidaram-se da difusão de seus ritmos no exterior
por causa da Segunda Guerra Mundial.
Na
Argentina, tal como acontecia no México com o bolero, o tango voltava ao gosto
popular com uma força que parecia ininterrupta, dado que esse retorno deu-se em
detrimento da corrente evolucionista iniciada em 1923 por Julio De Caro.
Maestro e compositor, nasceu em
Buenos Aires a 14 de dezembro de 1900, na casa de uma família imigrante
italiana, primogênito de três irmãos, todos músicos.
Em 1908 inscreveu-se no Conservatório Mascagni.
Já adolescente, debutou com um amigo, o pianista Angel D'Agostino, num
conjunto chamado "Ases del Tango".
Em 1921, iniciou-se
uma nova
etapa para o músico - a do jazz.
Participou de vários grupos, como por exemplo a "Select Jazz
Band". Foi
violinista da orquestra típica "Paramount". Até meados de 1935
D'Arienzo não conseguiu chegar ao sucesso.
Foi aí que integrou-se ao seu grupo o pianista Rodolfo Biagi.
No lugar de Angel D'Agostino e Visca, Biagi impôs ao piano um estilo
característico, picado, mais ligeiro do que as outras orquestras.
D'Arienzo trocou outras vezes seu pianista:
colocou Fulvio Salamanca entre 1945 e 1956, e Juan Polito, que ficou
definitivamente em 1956.
D'Arienzo desprendeu-se da porção cantada e a subordinou à rapidez e
à marcação orquestral - seus vocalistas viram-se limitados a cantar letras
simples; seu estilo dá prioridade à música, é próprio para dançar.
Exemplo disso são Amarroto,
Sepeñoporipitapa (Carlos Bahr), Cartón junao,Chichipía, Bien
pulenta (os três com Carlos Weiss), entre outras.
Compôs tangos de grande popularidade, como Paciencia,
Garronero, El vino triste (Manuel Romero), Chirusa (letra
de Molo López) e No nos veremos nunca.
Faleceu em 1976. (Tango Nuestro/Diario Popular e www.todotango.com.ar - trad. RM) |