Nº 61 - Ano VI - Janeiro de 2001


 

Marcelo e Vanessa - impecáveis sob todos os aspectos

Quando os olhos não vêem...  Invadiu-me um estranho pensamento, enquanto assistia a um home video em casa de amigos.  Os casais deslizavam, ora suaves, ora intensos, ao redor do salão quando de repente, surjo eu, “pendurada” num cavalheiro, olhos apertados e um rito estranho nos lábios.  Céus!  Sou eu mesma?  Que pernas “bobas” são essas?  Até que a postura não está má, mas a minha cara...

Puxa vida, o que sentia enquanto dançava com aquele cavalheiro era tão forte e sublime, eu “viajava” com uma intensidade rara e o resultado era aquilo! Estremeceu a auto-estima... 

Bem, outros bailes vieram e continuei a dançar, esquecendo daquele incidente, sem me importar se alguém me observava ou se estava sendo “filmada” – afinal, o que são as aparências senão máscaras efêmeras?

Com o ânimo renovado pela música, “pendurei-me” no próximo cavalheiro, deixei que a música me invadisse lentamente, fechei os olhos, deixei que a melodia  tocasse  meu  coração  e que  o ritmo me penetrasse até os pés, e  então, meus amigos, despedi-me da realidade e fui para o país  dos sonhos...

(R.M.)

 

C a n t e m o s . . .

(vals)

      Letra:  Ivo Pelay                                                                                           Música:  Francisco Canaro

Cual dos gotas de claro rocío

que en la noche se besan calladas,

Cual dos ondas que van impulsadas

 a fundirse en la orilla del río

Como el fuego que envuelve el estío,

como nube que abraza otra nube,

Así son tu cariño y el mío

que se funden en un solo ideal.

Con tu corazón en mi corazón, el lucero azul brillará mejor

Con tu corazón en mi corazón, todo en el jardín hablará de amor.

Notas cristalinas llenarán tu oído y una luz divina nos envolverá

Fijar mis ojos en tus negros ojos, unir mis labios a tus labios rojos.

Y mi inspiración volará al seguir, con tu corazón en mi corazón.

Como son que se liga a otros sones,

como sombra que besa otra sombra

Así son nuestros dos corazones

que se funden en un solo ideal.

 

Assim se tece a história

Foi autor teatral e jornalista.  Seu nome verdadeiro era Guillermo Juan Robustiano Pichot.  Nasceu na cidade de La Plata (Província de Buenos Aires) em 5 de maio de 1893 e faleceu na cidade de Buenos Aires a 28 de agosto de 1959.  Talvez tenha sido o mais inspirado e produtivo autor teatral.  Sua primeira obra foi "La mala vida", que estreou em 7 de julho de 1911 no Teatro El Nacional.  

Durante mais de cinqüenta anos como autor de peças para o teatro, seu extenso trabalho alcançou mais de cem temas para suas comédias musicais, em parceria com diferentes músicos:  Manuel Jovés, Francisco Canaro, Matos Rodriguez, Francisco Lomuto, Raúl de Los Hoyos,  entre outros.  

Escreveu as letras dos tangos "La muchachada del centro", "El tango de la mula", "Casas viejas", "Yo no se por que te quiero", "Adios Pampa mia", além de valses e rancheras como "Dos corazones", "Soñar y nada mas", "¿Donde hay un mango?" e marchas e milongas que ganharam fama em sua época:  "Los amores con la crisis", "Ya vendran tiempos mejores", "Se dice de mi" etc.

 

Fonte:  Colaboração de Oscar Himschoot, responsável pelo Club de Tango, de Buenos Aires.