Nº 50 - Ano V - Fevereiro de 2000


 

Obra da artista Liliana Life

Nestes dias em que se vislumbra bem próximo o Carnaval, um clima de verão ainda vigoroso no ar e uma efervescência peculiar, completar 50 números de uma publicação que nos parecia efêmera acontece como mágica... Paradoxal, pois para continuar existindo não basta estalar os dedos, não!

Um fio tênue nos liga à única razão de existirmos como boletim:  o amor ao que fazemos.

Agradecemos àqueles que sempre apoiaram nossas incursões na música, dança, arte e cultura do Tango. Àqueles que sabem que necessitamos de um impulso concreto para sermos cada vez mais abrangentes e melhores:  nossos anunciantes.  A cada mão estendida para receber um boletim, agradecemos pelo carinho e interesse. Ao comentário elogioso ou crítico agradecemos pela sinceridade.

Vida longa ao Tango e ao nosso Boletim!

(RM)

                     

Cantemos...

9 de Julio

Música:  José Luis Padula                                                     Letra:  Eugenio Cárdenas 

Mientras los clarines tocan diana y el vibrar de las campanas repercute en los confines,

mil recuerdos a los pechos los inflama de alegría por la gloria de este día.

Deja, com su música, el pampero sobre los patrios aleros una belleza que encanta. 

Y al conjuro de sus notas las campiñas de levantan saludando, reverentes, al sol de la Libertad.

Brota, majestuoso, el Himno de todo labio argentino. 

Y las almas tremulantes de emoción, a la Patria sólo saben bendecir

mientras los ecos repiten la canción que dos genios han legado al porvenir.

Que la hermosa canción por siempre vivirá al calor del corazón.

Los campos están de fiesta y por la floresta el sol se derrama,

y a sus destellos de mágicas lumbres, el llano y la cumbre se envuelven de llamas.

Mientras que un criollo patriarcal narra las horas de las campañas libertadoras,

cuando los hijos de este suelo americano por justa causa demostraron su valor.

 

Orquestra de Luis Petrucelli

 

Assim se tece a história

A história do Tango 9 DE JULIO

 

Como bom cidadão de Tucumán, José Luis Padula dedicou seu primeiro tango ao dia em que se proclamou a independência em sua província. Paradoxalmente, este tango foi composto em 1908 em Rosário, e apenas em 1916 é que ganhou título. Em pouco tempo, circulou com a primeira letra, escrita por Ricardo Llanes que, tal como fazia Pascual Contursi naquela época, adaptou alguns versos a uma música conhecida. Só que essa letra não perdurou e anos depois Llanes a descartou.

Padula registrou o tango em 1928, sendo que nessa ocasião o fez com letra de Eugenio Cárdenas. Esta versão é a única que faz referência à festa cívica e foi gravada em 1931 pela Orquesta Típica Brunswick, com Teófilo Ibáñez cantando apenas o estribilho. Em 1964, Alberto Marino, com a orquestra de Osvaldo Tarantino, cantou a versão de Cárdenas completa.

Lito Bayardo compôs a terceira letra do mesmo tango, a pedido do próprio Padula, para substituir os versos de Cárdenas, já que Agustín Magaldi queria interpretá-lo e a poesia não lhe agradava. Em 1931, Magaldi o gravou e nessa mesma época também o fez a Orquesta Típica Columbia, com estribilho de Ernesto Famá e, muito depois, o interpretou Alberto Margal.

Sem dúvida, o tango 9 de Julio resultou em uma vasta quantidade de gravações na Argentina e no exterior, sendo que a primeira foi de Roberto Firpo, em 1916. Depois vieram as de Francisco Canaro, Luis Petrucelli, Osvaldo Pugliese, Héctor Stamponi, Horacio Salgán, Armando Pontier, Florindo Sassone, Juan Cambareri, Ernesto Baffa, Ariel Pedernera e Los Tubatango, entre outros.  Sua potência rítmica o elegeu como  um dos temas favoritos das orquestras.

(Trad. R.M.)

Voltar