No 167 - Ano XIV - Dezembro de 2009


Já se criticou duramente os adornos femininos quando inadequados, não solicitados ou desnecessários. Porém muito pior, mais grave e arriscado é que um homem tente fazer adornos nos passos ou no caminhar, se não tem uma boa caminhada e domínio da dança. Se não tiver cuidado, um adorno inexperiente pode levar a um tropeço que pode transformar-se em queda.


             Os melhores adornos não são os que se aprendem ou se copiam dos dançarinos, mas sim os que nascem naturalmente da experiência. Um homem que nunca se preocupou em adornar e chega a um bom nível avançado, descobre que em muitas trocas de peso da dança há um pé livre que descansa, que poderia chegar a “brincar”. E é justamente dali que deveriam nascer os adornos, da tranquilidade de uma dança rela-xada.


             Um adorno natural, que sai espontaneamente, nunca se encaixa mal. Nada de "ter que demonstrar" porque um bom dançarino não é o que mais se mostra ou demonstra.


Fonte: LA PISADA EN EL HOMBRE, de Manuel Gonzalez, publicado na revista PUNTO TANGO Nº 29 - Março 2009 (trad. RM)

 

Cantemos

  (Milonga - 1943)

Letra:   Homero Manzi                                            Música:  Charlo


Un broche de aguamarina y una esterlina te regaló.

Tu negro, que era muy pobre, no tuvo un cobre para el amor.

Un pardo de ropa fina pa' tu ruina te convenció.

Yo digo que una mulata, por oro y plata se enamoró.

 

¡Ay! Late que late, y el cuero del parche bate

con manos de chocolate, el negro que la perdió;

rueda que rueda, lo mismo que una moneda,

con ropas de tul y seda, la negra que le mintió.

Todos los cueros están doblando, pero sus ojos están llorando,

que un pardo de cuello duro fumando un puro se la llevó.

 

¡Ay! Siga que diga, no sufras ni la maldigas

que el cielo también castiga la culpa de la ambición.

Las manos en la tambora mientras tu pena, llora que llora.

Yo digo que es un tesoro de plata y oro tu corazón.

Tu corazón.

  Tu corazón. 

 

Assim se tece a história

 

Cantora e atriz, nascida em Buenos Aires.  Estudou no Conservatório Nacional de Artes Cênicas e começou sua carreira de atriz no começo da década de sessenta.  Em 1967 iniciou-se no tango com um disco surpreendente, que foi o começo de sua notável carreira de cantora. 

Dona de uma voz profunda e bem modulada, seu timbre grave e afinadíssimo transforma cada história num monólogo dramático, no qual cada palavra é medida.  Outro quesito marcante é a escolha criteriosa e inteligente de seu repertório: a poesia é fundamental, sem descuidar dos aspectos musicais, assumindo o risco de novos autores.  Logo vieram as frequentes viagens ao exterior, sua residência semi-permanente na França, onde atuou no Olympia de Paris e foi designada representante da UNESCO.  Surgiram também as versões inevitáveis de "El corazón al sur", "Sueño de barrilete", "Mi Ciudad y mi gente", e "Viejo Tortoni" (os quatro de Eladia Blázquez); suas interpretações de  "La ultima grela", de Piazzola e Ferrer; "Sexto piso" de Homero Expósito e Nievas Blanco, "El parque de artillería" de Piana e Benarós ou "El ultimo Farol", de Troilo e Castillo.  Ali dava provas de sua maturidade em vários concertos dos quais saíram diversos discos, entre eles "Susana Rinaldi en el San Martín", onde é lembrada uma insólita fusão entre "La Morocha", de Saborido e Villoldo e "Sobre el Pucho", de Piana e González Castillo. Outras de suas magistrais interpretações são:  "Negra mía", de Piana e Manzi; "Oro y Plata", de Charlo e Manzi; "Pedacito de cielo", de Stamponi, Francini e Expósito; e "Canción desesperada", de Enrique Santos Discépolo. 

Fonte:  El Portal del Tango (trad. RM)