Nº 44 - Ano IV - Agosto de 1999
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Ao longo das eras, o homem tem tentado desvendar os mistérios da vida e encontrar algum objetivo nos eventos. É onde entram em cena os conceitos "destino" e "acaso"- dependendo deles, os fatos resultam de um poder pessoal, de uma ordem impessoal, ou de ordem alguma. A história está repleta de crenças, lendas e mitos relacionados com destino e fatalidade. Todos os aspectos de nossa cultura foram consideravelmente moldados pela civilização da antiga Babilônia, onde foram encontradas reações e reflexões perceptíveis da humanidade a respeito do sobrenatural. Já na "Terra Prometida", a mais antiga estrutura religiosa identificável, e nas previsões de Nostradamus, o famoso fim do mundo. Então, perguntamos: - Foi o destino que nos aproximou à cultura Tango, foi a fatalidade de nos congregarmos a este clã ou foi nossa sensibilidade que se deixou levar pelo encanto da dança mais sensual já conhecida? A opção é sua - porém nosso Tango não tem fim.
(A.D.R.) |
Cantemos... |
Poesia: Alfonsina Storni Música: Waldo Belloso
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Assim se tece a história... |
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Representa, dentro da literatura argentina, a máxima popularidade que tenha obtido uma mulher no gênero poético. É lembrada como uma das mais puras encarnações da defesa dos direitos femininos junto a Gabriela Mistral, Delmira Agustina e Juana de Ibarborou. Sua poesia se caracterizou por uma constante evolutiva. Embora cumprindo com as premissas do Ultraismo - declaradas por Jorge Luis Borges em 1921 - de modalidades literárias, sempre foi pessoal; uma figura de vanguarda. Fortemente determinada pela sua trajetória vital e pela sua peculiar relação com o mundo, tornou-se áspera, ilusória, terna e dramática. Dois ciclos bem diferenciados dividem a sua produção:
O primeiro poema que dedica a Buenos Aires insinua a modalidade geométrica com que foi descobrindo e amando a cidade: "Cuadrados y ángulos". Já em "Siglo mío", cita os valores sociais e em "Danzón porteño", mergulha no tango e antecipa nestes o tom "cambalache" do maestro Discépolo. Nasceu na Suiça em 1892 e pequena, foi para a Argentina. Por ocasião de seu falecimento, suas cinzas tiveram o destino prenunciado em vários poemas, nos quais conceituava o mar, âmbito de pureza e conforto, onde haveria de descansar. Pesquisa e Tradução: A.D.R. |