Afinidade
- sf.
1. Relação, semelhança. 2. Conformidade, identidade. 3. Coincidência de
gostos ou de sentimentos. 4. Vínculo de parentesco em virtude de relações não
sanguíneas. No
caldeirão da milonga cozinham muitas afinidades.
Gosto pela música, solidão, simpatias, assuntos em comum, risadas das
coisas mais simples e corriqueiras fazem dessa convivência um agradável
banquete. Juntinhos
ou afastados, dançando um vals, uma milonga ou mesmo um tango introspectivo,
casais, não casais, até desconhecidos lançam na pista de dança um redemoinho
de emoções, projetam seus corpos, refletem o que foi absorvido nas aulas ou na
simples observação dos outros.
Até
mesmo numa época de crise, as afinidades estão aí para amenizar o estresse,
os amigos atuando como um bálsamo refrescante com um fundo de música
inspiradora, levando-nos a relevar tudo o que aborrece para nos concentrarmos
apenas num objetivo: o Tango, essa afinidade definitiva. (RM) |
(tango-vals)
Letra: Homero Expósito Música: Héctor Stamponi
Deshojaba
noches esperando en vano que le diera un beso,
pero
yo soñaba con el beso grande de la tierra en celo.
Flor
de Lino, qué raro destino
truncaba un camino de linos en flor...
Deshojaba
noches cuando me esperaba por aquel sendero
llena
de verguenza, como los muchachos con un
traje nuevo
cuantas
cosas que se fueron,
y hoy regresan siempre por la siempre noche de mi soledad!
Yo
la vi florecer como el lino de un campo argentino maduro de sol...
Si
la hubiera llegado a entender
ya tendría en mi rancho el amor!
Yo
la vi florecer, pero un día, mandinga la huella que me la llevó!
Flor
de Lino se fue y hoy que el campo está en flor
¡Ah,
malhaya! me falta su amor.
Assim se tece a história |
Perfeito
representante da nata da chamada Geração dos 40, exímio pianista, um dos
maiores solistas que o tango já teve, "Chupita" Stamponi brilhou com
luz própria num meio que conta e contou com pianistas notáveis
Nasceu
em 24 de dezembro de 1916, em Campana. Aos sete anos, começou a estudar piano
e, ao mesmo tempo, continuou seus estudos primários e secundários até
formar-se como professor. Já
adulto, aperfeiçoou-se em harmonia e em composição.
Desde
seu início no conjunto de Juan Elhert, em 1936, logo passou a integrar as
orquestras de Federico Scorticati, Miguel Caló e Antonio Rodio.
Passou alguns anos
afastado do país, radicado no México por razões profissionais em 1943, onde
escreveu música para muitos filmes da época. De volta à Argentina, formou seu
próprio conjunto, sendo que neste período foi muito solicitado para o cinema e
o teatro. Entre outros, musicalizou
o filme “Carlos Gardel, historia de um ídolo” e a obra teatral, comédia de
Cátulo Castillo “Cielo de barrilete”.
Acompanhou
ao piano ou como maestro muitos dos melhores cantores:
Edmundo Rivero, Roberto Rufino, Hugo del Carril, Charlo, Alberto Marino,
Raúl Lavié, etc. Em 1953 formou
dueto com Enrique Mario Francini, piano e violino, para deleite daqueles que
conseguiram assisti-los em recitais públicos e programas radiofônicos, tão
comuns naquela época. Vez por
outra era contratado pelas rádios para atuações ao vivo, muitas das quais,
infelizmente, por imprudência e até por abandono, não foram gravadas ou, se
foram, perderam-se com o correr dos anos, como produto de uma cultura que não
valoriza os bens musicais, artísticos e testemunhais.
Seus
temas Qué me van a hablar de amor, Aquí nomás, Festejando,
Romance y tango, Mi cantar, Es mejor olvidar, Pueblito
de provincia, En la huella del adiós, Alguien, Zamba, Canción
de Ave María e os valses Un momento e Flor de lino, foram
diferentes momentos de sua inspiração, mas não os únicos.
Também
incursionou como letrista em Yo quería ser feliz e Cuando cuentes la
historia de tu vida. Até bem
recentemente podíamos escutá-lo em casas noturnas e alguns restaurantes, além
de animar ao piano os assíduos freqüentadores de confeitarias mais ou menos
centrais, sempre dignamente e com sobriedade.
(trad. RM)