No 159 - Ano XIII - Abril de 2009


 

"El movimiento" em acrílico/óleo - Cristina Bergoglio (ARG)

TANGO NOVO, ASSUNTO RECORRENTE

Muito se fala ultimamente sobre o tal do Tango Novo, mas o que seria isso?

Acho até que já fiz essa pergunta por aqui, num longínquo post, mas acredito que o tema deva ser mais esmiuçado, sempre que possível. Porque, afinal, o que é o Tango Novo?

Colgadas? Volcadas? Que diabo é isso? Dançar em contrapeso, nada mais. E agora minha pergunta pessoal: vamos inventar com isso? Sim, porque de fato, tenho assistido esse 'tango novo' há uns dez anos. O que tem de novo, então?

A mulher já pode propor na dança? Já há o diálogo entre os sexos, e não mais aquela regrinha antiiiiiga de que o homem 'conduz' e a mulher 'é conduzida', como se um automóvel fosse?

Há a mescla rara da tradição com a novidade? Há pesquisa por novos elementos, novas músicas (ou a expressão ainda está ligada ao tango eletrônico tão somente?), há novas formas de pensar?

Se não há nada disso, custo a crer que realmente haja um tango novo.

(Flavia Valente, no seu criatango.blogspot.com - DF)

 

Cantemos

(Tango)

Música:  Vicente Greco                                              Letra:  Juan e Rafael Velich

 

Suelta hasta el zorzal su honda centinela,

y su canción es tétrico gemido que al corazón oprime de pena.

Música dos compases.

Viendo cómo se fue el tiempo tan florido que ayer vivió el arrabal.

 

El Rodríguez Peña, templo bravo, espiritual,

en la transmutación del lindo tiempo aquel

ha perdido de las paicas el tanguear sensual

y al taitaje que brilló en él.

Hoy sólo queda el recuerdo que cantando va

el sin igual valor de nuestra tradición,

y jamás del alma el progreso borrará

aquel pasado de empuje y de acción.

 

Te hirió el progreso, mi Rodríguez Peña divinal,

pero es triste orgullo el querer prevalecer, si su alma es tuya,

que es el tango himno de arrabal, que con sus notas canta las purezas del ayer. 

(canta Alberto Gómez com Orquestra de Adolfo Carabelli)

 

Assim se tece a história

 

Nasceu em 3 de fevereiro de 1888 na cidade de Buenos Aires.  Vinha de uma numerosa família e sua irmã Elena era pianista e seu irmão Angel era violonista, cantor, repentista e compositor da milonga Naipe marcado.  Vicente, influenciado por "El negro" Sebastián Ramos Mejía, andou de café em café com seu bandoneón, fazendo muito sucesso e ganhando um bom dinheiro.

Foi um dos primeiros a tocar no "El Estribo", e em 1911 no salão "San Martín", onde compõe seu famoso tango Rodríguez Peña.  Nesse mesmo ano, foi o primeiro a integrar numa orquestra de tango um par de bandoneones junto ao piano.  Greco tocava de ouvido porque, no início, não sabia ler nem escrever música. 

Seu primeiro tango foi escrito em 1905 e se chamou El morochito.  Seguiram-se El Pibe, El Flete, Popof , El cuzquito, Racing Club, La Viruta e seu mais belo tango Ojos negros.  Após o concurso no "Palace Théatre", em 1913, o tango chega ao Barrio Norte e Vicente Greco foi um dos poucos convidados.

Em 1915, a revista Fray Mocho publicava que Greco se havia imposto na alta sociedade e era seu preferido.  Atuou em residências de famílias abastadas, que lhe pagavam muito bem.

Morreu em Buenos Aires, aos 36 anos de idade, em 5 de outubro de 1924.

Fonte:  “El portal del Tango”(Internet) – trad. RM

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