Nº 76 - Ano VII - Abril de 2002


Andre & Alice

   O tango, na voz de Alberto Castillo, diz: "La vida es corta y hay que vivirla...", porém aquilo que não se viveu, mas sentiu-se, prolonga-se em paralelos reais. Aquela figura que você acertou uma noite só, o olhar  felino que ganhou no salão, o começo de uma afinidade na dança, o romance interrompido apenas iniciado; tudo caminha inevitavelmente.

O que não acabou de acontecer... talvez contenha a mais notável das histórias, são como compassos do tango que nos surpreende, como instâncias humanas de expectativas que encontram-se no umbral da pura magia, da imaginação fértil que as inesgotáveis emoções constróem. Num trasnochando, após nova cortina musical, na voz de Júlio Sosa, "eran sus ojos de cielo, el ancla más linda que ataba mis sueños, era mi amor, pero un día se fue de mis cosas y entrô a ser recuerdo."

(A.D.R.)

Cantemos...

    

(tango)

Letra:  José Rótulo                                                                Música:   Alfredo De Angelis 

 

Princesita rubia de marfil

dueña de mi sueño juvenil,

la que pregonando flores un día de abril,

recuerdo por las calles de París.

Una rosa roja para usted,

roja como el ansia de querer,

rosas y claveles blancos, blancos de ilusión

y sigue la princesa su pregón.

Un cariño y un clavel

para el ojal, para el querer.

El clavel es de ilusión,

mi corazón rojo punzó.

Ay! la tarde va muriendo,

y el pregón me va siguiendo.

Un cariñito y un clavel,

sólo el clavel, lo que quedó.

Princesita rubia de marfil,

dónde fue tu risa tan sutil,

junto con tus flores muertas muere mi ilusión.

Y escucho el eco tenue de tu voz.

Es como un susurro sin cesar,

que va despertando mi ansiedad,

es mi fantasía loca que vuelve a soñar.

De nuevo soy feliz con tu cantar.

 

 

Assim se tece a história

Nascido em Rocha, República Oriental do Uruguai, a 29 de outubro de 1905, veio a falecer em Buenos Aires no dia 27 de novembro de 1965.  Sua maior produção foi durante as décadas de 40 e 50; é um dos representantes da escola romântica do tango.  Cresceu em Montevidéu, e por um gosto comum, o ciclismo, fez amizade com o pianista Lalo Etchegoncelay, que o apresentou ao cantor e músico Romeo Gavioli.  Aí nasceu o vínculo de Rótulo com a música e o mundo do espetáculo.  Apesar de ter estudado piano na juventude, sua verdadeira vocação estava na poesia e nas letras. 

No início dos anos 40,  chega  a  Buenos Aires, e pouco depois  seu amigo Gavioli para integrar-se à orquestra de Edgardo Donato, apresentando-lhe então José Rótulo.  Parece un cuento, com música de Lalo Etchegoncelay, colocaria Rótulo na seleta lista de poetas em destaque na década de 40.

Em 1944, compôs, com o bandoneonista Ángel Domínguez, o tango Firuletear del bandoneón, estreado simultaneamente por Pedro Laurenz e De Angelis.  Com De Angelis surgiram muitos sucessos: Pregonera, Remolino, Aleli, Pastora e o vals Mi cariñito.  Sobre Remolino, podemos afirmar que é a obra mais popular desta criativa sociedade com De Angelis.  Não só pela delicadeza de seus versos, mas também pela linda melodia, interpretada magistralmente pela orquestra de Francini-Pontier, com a voz de Raúl Berón, numa versão insuperável.

Radicado já em Buenos Aires, integrou a Sociedade de Autores e Compositores (SADAIC), na função de Tesoureiro.  Outras criações suas são:  En la bruma, Como el hornero, Sirva otra copa, Como tú, Canción de lluvia, Con este corazón, Coralí, Farol de esquina, Igual que Dios, Igual que Judas, Malambo, Mañanita linda, Mi amigo bandoneón, Mimí Pinsón, Nací en Pompeya, Oro en el barro, Pinpollo roto, Santa mía, Esta noche me despido, Que te cuente mi violín, Yo también reí, Y no volvió.

 

Fonte:  www.todotango.com.ar – Trad. RM